sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Conexão entre operações Lava-Jato e Castelo de Areia coloca o Palácio do Planalto na alça de mira




Ucho.Info 

palacio_planalto_11Olho do furacão – Não é de hoje que o ucho.info afirma que os escândalos de corrupção ocorridos durante a era petista são conexos. Desde o covarde e brutal assassinato de Celso Daniel, então prefeito de Santo André, à Operação Lava-Jato, passando pela Operação Satiagraha e Mensalão do PT, todos os crimes têm ligações capilares. Isso porque a forma de atuação da legenda – e de seus comparsas políticos – imita o modus operandi das principais organizações mafiosas.
ucho.info não faz tal afirmação sem qualquer base, pelo contrário, pois o editor, Ucho Haddad, investigou durante anos a fio o crime organizado que age nos intramuros do Vaticano. De tal modo, não é difícil perceber que os criminosos de batina, que surrupiam os bastidores da Praça São Pedro, e os bandoleiros do Palácio do Planalto agem de maneira semelhante, inclusive com direito a ameaças vaiadas e um vasto cardápio de ações sórdidas.
Entre os muitos detalhes revelados à Justiça Federal por Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, e pelo doleiro Alberto Youssef, pelo menos um permite fazer conexão com a Operação Castelo de Areia. Trata-se da citação do nome da empreiteira Camargo Corrêa, acusada de superfaturar contratos com a estatal e repassar parte do dinheiro ilícito à ciranda de corrupção comandada por Costa e Youssef.
A declaração mais contundente e comprometedora sobre a Camargo Corrêa partiu de Youssef, que ao juiz Sérgio Moro confirmou que planilhas encontradas pela Polícia Federal em seu computador correspondem á contabilidade das propinas pagas pela construtora Camargo Corrêa, através fornecedora de tubos Sanko Sider e pelas empresas de fachada abertas pelo próprio doleiro (MO Consultoria, GFD e CSA Project Finance).
Nas tais planilhas constam os valores movimentados pelo esquema, como “comissões” e “repasses”. De acordo com Alberto Youssef, os diretores da Camargo Corrêa recebiam um percentual sobre os valores dos contratos fraudados, sendo que os pagamentos sempre eram feitos em dinheiro vivo no seu escritório, na Zona de Sul de São Paulo.
“Os valores são nominados repasses e comissionamento. O que é comissionamento é comissionamento de venda, o que é repasse foram para agentes públicos e para o Paulo Roberto Costa”, explicou Youssef ao juiz que presidente o processo da Operação Lava-Jato.
Ligação explosiva, método conhecido
Ao fazer a conexão da Operação Lava-Jato com a Operação Castelo de Areia chega-se ao nome de Michel Temer (PMDB), vice-presidente da República e candidato a vice na chapa da petista Dilma Rousseff. Deflagrada em 2009 pela Polícia Federal, mas suspensa em 2001 por decisão do Superior Tribunal de Justiça, a Operação Castelo de Areia investigou crimes financeiros e de lavagem de dinheiro no âmbito do Grupo Camargo Corrêa.
Inicialmente, o juiz Fausto de Sanctis afirmou que não havia políticos envolvidos no esquema do grupo empresarial, mas a PF acabou descobrindo que entre os beneficiários na contabilidade paralela da Camargo Corrêa estava Michel Temer, cujo nome foi citado 21 vezes. Ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda teria recebido ilegalmente US$ 637,6 mil para sua campanha em 1998. Arruda alegou não se lembrar de doações da Camargo Corrêa para a campanha de 1998, mas nas eleições de 2002 teria sido novamente beneficiado, desta vez por uma empresa coligada à Camargo Correa.
O secretário de Habitação do então prefeito Gilberto Kassab, Elton Zacarias, também teria recebido R$ 1 milhão para facilitar a liberação de um terreno na capital paulista que interessava à construtora. O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, outro vereador, bem como o então deputado Valdemar também teriam sido beneficiados.
O relatório final da operação feito pela Polícia Federal também levanta suspeitas sobre propinas supostamente pagas a Adhemar Palocci, irmão de Antonio Palocci Filho e à época diretor de planejamento da Eletronorte, devido a um aditivo obtido na construção de eclusas de Tucuruí. A Camargo Correa também teria doado sem qualquer contabilização R$ 4 milhões a candidatos e partidos políticos na eleição de 2006.

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