quinta-feira, 24 de abril de 2014

Governo petista do Acre teve uma ideia para resolver problema com a imigração de haitianos: despachá-los para São Paulo!

 

 Ou: PT cria o problema, orgulha-se dele e joga batata quente no colo alheio

Haitianos num acampamento de Brasiléia, no Acre: segundo a mística petista, isso é evidência da pujança do "novo Brasil"
Haitianos num acampamento de Brasileia, no Acre: segundo a mística petista, isso é evidência da pujança do “novo Brasil”
Há três anos já, o Acre tem recebido uma boa leva de imigrantes haitianos. Eles chegam primeiro ao Peru e à Bolívia e depois se instalam em território brasileiro. Nesse tempo, o governo federal — e imigração é um problema federal — não moveu uma palha nem para impedir a entrada ilegal nem para alojá-los ou lhes arrumar emprego. Mas estimula o fluxo ao regularizar a situação e anunciar ao mundo que eles são bem-vindos.
Mais do que isso: os petistas passaram a alardear que a chegada desses haitianos é uma evidência da pujança do Brasil. O assunto até foi tema da redação do Enem em 2012. A tese era a seguinte: antes, o Brasil era pobre e expulsava mão de obra; agora, na gestão petista, é rico e atrai mão de obra. O governo brasileiro, de resto, é um crítico de países que criam dificuldades para a entrada ilegal de imigrantes.
Resultado: há uma explosão de haitianos no Acre, especialmente na cidade de Brasileia. Vivem em condições miseráveis, em acampamentos imundos. O governo Dilma não faz nada. Tião Viana, governador do Acre, seu aliado partidário, teve uma ideia: “Ah, vamos mandá-los para São Paulo”. E foi o que fez. Fechou um dos abrigos de Brasileia e despachou os imigrantes sem nem mesmo um comunicado prévio ao governo do outro Estado, que se indignou com essa postura.
Nilson Mourão, secretário de Justiça e Direitos Humanos,do Acre, resolveu dar uma de cínico, afirmando que não entende a postura do governo paulista. Referindo-se aos haitianos, afirmou à Folha: “Eles não ficam aqui. É apenas uma porta de entrada. A maioria segue viagem rumo ao sul do país. Nós chegamos no limite. A cidade de Brasiléia, de 10 mil habitantes, está com 20% da sua população formada por imigrantes”. Segundo Mourão, o Estado de São Paulo, “o mais rico da federação”, tem total condições de abrigar os 400 haitianos que acabaram de chegar.
Não me digam! Ora vejam! O governo do PT decide aplicar uma política de portas abertas a toda e qualquer imigração ilegal. Basta ir chegando. Não só pratica isso como alardeia seu malfeito. Não contente, ainda se orgulha dele e o transforma em teoria e até em tema de redação do Enem. E depois joga a batata quente na colo alheio.
A secretária de Justiça do Estado de São Paulo, Eloisa Arruda, classificou a atitude do governo do Acre de “irresponsável” e se disse indignada. Agora pense um pouquinho, leitor: imagine se é o governo de São Paulo a agir dessa maneira. Imagine se Geraldo Alckmin tivesse resolvido lotar alguns ônibus com nigerianos, por exemplo, e os enviado a estados administrados pelo PT. A essa altura, as milícias petistas nas redes sociais o estariam tachando de racista, de higienista e de fascista.
Quando, no entanto, um governo petista envia imigrantes que ele próprio recebeu a outro estado como se fosse uma leva de gado, aí não! Aí se trata de política humanista, certo? Tenham paciência! E o que fez, até agora, o Ministério da Justiça, de José Eduardo Cardozo, a quem compete cuidar do assunto?
Nada! Se Dilma quisesse que a pasta funcionasse, não teria escolhido Cardozo para cuidar dela. Só gente ocupada tem tempo de fazer o que deve.
Por Reinaldo Azevedo

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