quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

ONU pede ao Vaticano que denuncie pedófilos à justiça





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Relatório do Comitê da ONU sobre os Direitos da Criança pede que o Vaticano afaste de seus cargos todos aqueles que abusaram sexualmente de crianças e os denuncie à justiça. Já o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, disse que a Igreja afronta os casos de pedofilia com transparência.
O comitê pede à Santa Sé para "afastar de imediato de suas funções todos os autores conhecidos e suspeitos de abusos sexuais de crianças, assim como denunciá-los às autoridades competentes para que os investiguem e sejam processados".
O relatório foi divulgado após uma audiência realizada no mês passado em Genebra, em que os membros da comissão, composta por 18 especialistas em direitos humanos de todo o mundo, que questionou o Vaticano sobre sua política contra a pedofilia.
Anja Niedringhaus/Associated Press
Kirsten Sandberg (centro), diretora do Comitê da ONU sobre os Direitos das Criança, divulga relatório
Kirsten Sandberg (centro), diretora do Comitê da ONU sobre os Direitos das Criança, divulga relatório
No relatório, a comissão afirma que a Igreja Católica não fez o suficiente para cumprir o seu compromisso de erradicar a pedofilia.
"O comitê da ONU sublinha a sua profunda preocupação com o abuso sexual de crianças por membros de igrejas católicas que operam sob a autoridade da Santa Sé, e lembrou que os crimes cometidos por religiosos preocupação dezenas de milhares de crianças ao redor do mundo" disse o relatório.
'EXTENSÃO DOS CRIMES'
"A Comissão está muito preocupada que o Vaticano não reconhece a extensão dos crimes cometidos, não tomou as medidas apropriadas para lidar com casos de pedofilia nem tomou medidas para proteger as crianças ou adotou políticas e práticas que levaram à continuação da abuso e impunidade dos agressores", acrescentou o relatório
O relatório critica especialmente a política de trocar padres pedófilos de paróquia, uma prática considerada como tentativa de encobrir os crimes e evitar que sejam julgado pelas autoridades civis.
De acordo com o relatório, "a prática tem permitido a muitos sacerdotes de permanecem em contato com as crianças e continuarem a abusar delas".
VATICANO
Em encontro da Conferência Episcopal Espanhola, Lombardi, disse que a Igreja afronta os casos de pedofilia com transparência e explicará nas próximas semanas o funcionamento de uma comissão criada para preveni-los após perguntado sobre o relatório da ONU.
A Santa Sé disse em comunicado que irá submeter a "minuciosos estudos e exames" as acusações recebidas da ONU, mas também vê as ações como uma "tentativa de interferir no ensinamento da Igreja Católica, sobre a dignidade das pessoas e no exercício da liberdade religiosa" no que diz respeito a pontos do relatório relacionados aos ensinamentos da Igreja sobre anticoncepcionais e aborto. 

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