quinta-feira, 29 de agosto de 2013

POR CAUSA DE TIROS NA USP CAMPUS DE SÃO CARLOS AULAS ESTÃO SUSPENSAS




Jovem de 23 anos invadiu campus e acertou uma coronhada em estudante.
Suspeito, que disse ter sido vítima de abuso sexual em trote, está foragido.

Do G1 São Carlos e Araraquara
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Aluno invadiu alojamento e fez disparos no campus da USP de São Carlos (Foto: Maurício Duch)Aluno invadiu alojamento e fez disparos no campus
da USP de São Carlos (Foto: Maurício Duch)
A Universidade de São Paulo (USP) suspendeu as aulas de graduação em São Carlos (SP), nesta quinta-feira (29), em todas as unidades de ensino, para garantir a segurança dos estudantes, já que na noite de quarta-feira (28) um ex-aluno invadiu o alojamento do campus com uma arma e fez vários disparos. Ninguém foi atingido pelos tiros, mas um jovem ficou ferido após ser agredido com coronhadas.
O suspeito é um rapaz de 23 anos que disse ter sido vítima de abuso sexualdurante um trote com veteranos, em março. Ele trancou a matrícula no curso de ciências exatas após o ocorrido e, segundo testemunhas, disse nesta quarta que queria se vingar dos estudantes. O rapaz fugiu do local e não foi encontrado para comentar o assunto.
De acordo com a Polícia Militar, o rapaz armado invadiu o alojamento durante uma feira de profissões que ocorria na USP, encurralou quatro estudantes na cozinha e deu uma coronhada na cabeça de um deles. Horas antes, ele tinha ameaçado uma funcionária da universidade e disse que não estava brincando. O aluno ferido foi atendido na Santa Casa e liberado.
Segundo testemunhas, o ex-aluno ainda fez vários disparos que acertaram as paredes e as janelas do alojamento, mas não atingiram ninguém.
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Disparo atingiu janelas de alojamento no campus da USP em São Carlos (Foto: Maurício Duch)Disparo atingiu janelas de alojamento no campus
da USP em São Carlos (Foto: Maurício Duch)
As aulas foram suspensas em todas as unidades (EESC, IAU, ICMC, IFSC e IQSC) por determinação da presidência do Conselho Gestor do Campus USP de São Carlos. A universidade informou ainda que deve prestar outros esclarecimentos à comunidade conforme os fatos forem apurados. A Polícia Civil disse que ainda não vai se pronunciar.
O caso
O suposto abuso aconteceu no início da madrugada do dia 4 de março. Depois de uma reunião sobre as normas de funcionamento do alojamento onde conseguiu uma vaga, o rapaz entrou em uma área que dá acesso aos apartamentos, onde acontecia uma festa.
Segundo o estudante, um grupo foi até ele e começou a gritar. “Eles falavam repetidamente ‘chupa bixo’ e me cercaram, fizeram uma espécie de uma roda e não tive como sair dali. Eles aparentavam estar muito embriagados e se faziam de homossexuais, gritavam ‘bixo homofóbico’. Eu falava para não encostarem, mas três deles começaram a se esfregar em mim e chegaram a abaixar as calças. Um deles também abaixou a cueca. Eles pareciam ter prazer”, disse.
Os envolvidos disseram que tudo não passou de uma brincadeira durante um trote. O caso chegou a ser registrado pela Polícia Civil como estupro e foi alterado para injúriadepois que, em novo depoimento, o estudante negou que houve qualquer tipo de violência, até mesmo sexual, ou que tenha sido obrigado a tirar a roupa. A primeira audiência foi realizada no dia 24 de abril no Fórum Criminal da cidade, mas não houve acordo entre os estudantes envolvidos.
Na ocasião, uma sindicância foi aberta pela USP que não divulgou o resultado.  Em maio, a Justiça pediu que a Polícia Civil levantasse mais testemunhas sobre caso, que ainda continua indefinido.

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