terça-feira, 30 de julho de 2013

Prefeito do Rio abusa do jogo rasteiro e quer fazer do enlameado Campus Fidei um bairro popular





Pegando carona – Provavelmente influenciado pela visita do papa Francisco ao Brasil, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, está confundindo pretensão com água benta, que cada um usa o quanto e como quer.
Depois de reconhecer que o desempenho da prefeitura carioca na Jornada Mundial da Juventude merecia nota próxima de zero, Eduardo Paes mudou o discurso e disse que a nota deveria ser dez. O prefeito justificou a mudança na avaliação dizendo que a derrota apareceu em algumas batalhas iniciais, mas que a guerra não foi perdida. Discurso pretensioso de um incompetente conhecido que sonha em escapar da vala da culpa.
A Jornada Mundial da Juventude só foi um sucesso por causa do desempenho contagiante do papa e da fé dos participantes do evento, que superaram com folga a incompetência que sobrou no Rio de Janeiro. Paes pode falar o que bem quiser sobre a JMJ, exceto que a prefeitura foi fator preponderante para o sucesso do evento.
Depois do imbróglio que culminou coma transferência da missa campal de Guaratiba para a Praia de Copacabana, Eduardo Paes surgiu com uma conversa visguenta que só alcançou as raias da viabilidade porque a Igreja Católica foi condescendente. Batizado como Campus Fidei, o local onde seria celebrada a missa recebeu pesados investimentos da Igreja, que com o anúncio quis saber quem arcaria com o prejuízo.
Tomado pela lama provocada pela chuva dos últimos dias, o Campus Fidei foi descartado depois de avaliação de técnicos da prefeitura do Rio, responsável pela indicação do local aos organizadores da JMJ. No vácuo da polêmica surgiu a ideia de transformar o imenso terreno em bairro popular, proposta aceita pelos representantes da Igreja. Uma jogada de última hora do prefeito Eduardo Paes, que para não ser responsabilizado pelo prejuízo colocou a Igreja contra a parede. Com o papa Francisco cobrando maior atenção aos desassistidos, recusar a proposta chicaneira do prefeito seria mandar a JMJ pelos ares.
É importante que os representantes do papa Francisco saibam que o Ministério Público do Rio de Janeiro está mergulhado em complexa investigação para descobrir se o tal terreno foi palco de aterro realizado com materiais proibidos, como, por exemplo, resíduos hospitalares. Caso a suspeita do MP se confirme, o terreno de propriedade do empresário Jacob Barata, o rei do ônibus, estará condenado e o prefeito será obrigado a ressarcir a Igreja.

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