terça-feira, 30 de julho de 2013

Adutora se rompe, alaga bairro e mata criança de três anos no Rio



Força da água destruiu carros, casas e deixou outros sete feridos no bairro de Campo Grande, na zona oeste da cidade
30 de julho de 2013 | 7h 54







Marcelo Gomes e Sérgio Torres - O Estado de S. Paulo




Atualizado às 11h00

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Uma criança morreu e sete pessoas ficaram feridas após o rompimento de uma adutora da Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae), ocorrido por volta de 4h30 da manhã desta terça-feira, 30, nas imediações da Estrada do Mendanha, na altura do número 4.500 do bairro de Campo Grande, na zona oeste do Rio. Isabela Severo da Silva, de 3 anos, foi resgatada desacordada e colocada num bote, onde os bombeiros tentaram reanimá-la. Ela deu entrada no Hospital Estadual Rocha Faria com parada cardiorrespiratória e não resistiu.

Bombeiros que chegaram ao local logo depois do acidente contaram que o jato de água atingiu uma altura de 20 metros. Carros e casas foram destruídos e a área, localizada em uma baixada, ficou alagada.



Quatro feridos leves foram atendidos no local e liberados. Outras três pessoas foram encaminhadas ao hospital com escoriações. São elas: Daniel de Oliveira, de 29 anos; Ana Paula dos Santos Oliveira, de 32; e sua filha, Lavínia dos Santos Moura, de 8. Marido de Ana Paula, o mecânico Agilson da Silva Serpa, de 42 anos, contou que a família estava dormindo no segundo andar de casa quando, por volta das 6 horas, ouviu um forte barulho.

"Era um barulho de água batendo na telha. Pensei que fosse uma chuva forte, mas a força da água começou a arrancar as telhas de casa e a derrubar as paredes da frente. Corremos para os fundos, até que um jato forte nos arrastou para a rua, do segundo andar. Por sorte, a rua já estava inundada, o que amorteceu a queda", explicou o mecânico, que mora na Rua Projetada A, transversal à Estrada do Mendanha. Além dele, da esposa e da enteada, o cunhado também estava em casa e sofreu ferimentos leves.

De acordo com Serpa, a tubulação da Cedae estourou num trecho que passa num terreno onde havia um matagal, por onde recentemente foram feitos trabalhos com uma retroescavadeira. "Parece que vão construir uma firma no local, mas não tenho certeza". A Cedae já interrompeu totalmente o fornecimento de água para a região; porém, um trecho da Estrada do Mendanha e ruas transversais permanecem inundadas. A Light também interrompeu o fornecimento de energia elétrica na região. Bombeiros utilizam barcos e ambulâncias no socorro às vítimas. Um helicóptero dá apoio à operação.


Causas. O diretor de operações da Cedae, Jorge Briard, disse que a empresa vai reconstruir todas as casas destruídas com o rompimento de uma adutora na madrugada de hoje em Campo Grande. Segundo ele, todas as famílias serão abrigadas em hotéis ou motéis próximos e terão alimentação e medicamentos providenciados.

Dezesseis casas foram parcialmente atingidas e 17 desabaram. Sessenta pessoas estão desalojadas e 72 desabrigadas, conforme balanço dos bombeiros das 10h30. A Cedae vai fazer um levantamento de como as casas eram e elas serão reerguidas exatamente como elas eram.

Briard afirmou que passam pelo local duas adutoras com vazão de 3 mil litros de água por segundo, cada uma. O diâmetro de cada uma é de 1,750 metro. A Cedae, depois de acionada, levou 1h30 para interromper o fornecimento e estancar o vazamento.

"Não é possível interromper de uma vez só toda essa massa de água. Caso contrário, haveria outros acidentes em outros pontos da adutora. A equipe técnica ainda está analisando o que causou o vazamento numa das duas adutoras. Só uma vazou. O reparo será concluído até hoje à noite e o fornecimento na região, normalizado até amanhã de manhã", explicou Briard.

De acordo com o diretor, a adutora que rompeu não tem histórico de acidentes e não havia qualquer operação de manutenção preventiva marcada. "Foi um problema pontual e isolado, como ocorre em qualquer lugar do mundo", afirmou. São esperadas as presenças do prefeito Eduardo Paes e do governador Sérgio Cabral, que cancelaram agendas prévias para estar em Campo Grande.

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