segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Milhares lotam praça de Santa Maria para rezar por vítimas de incêndio


Salva de palmas com mais de um minuto de duração encerrou a cerimônia.
Comoção marcou o ato realizado na Praça Saldanha Marinho.

Roberta Lemes e Márcio LuizDo G1, em Santa Maria
Missa para vítimas de incêndio em Santa Maria (Foto: Roberta Lemes/G1)Praça Saldanha Marinho ficou lotada durante a cerimônia (Foto: Márcio Luiz/G1)
Mais de mil pessoas tomaram a Praça Saldanha Marinho, no centro de Santa Maria, no final da tarde desta segunda-feira (28) para lembrar as 231 vítimas do trágico incêndio na boate Kiss, durante uma festa universitária no domingo (27), em Santa Maria, no Rio Grande do Sul.

Jovens, adultos, idosos e crianças se aglomeraram ao redor do padre Xiko, o condutor da cerimônia, no centro da praça. Apesar das roupas brancas, os sinais de luto ainda são muito claros nos moradores da cidade de pouco mais de 262 mil habitantes na Região Central do Rio Grande Sul. Olhos marejados estampavam os rostos de muitos e o choro era ouvido por todos os lados.
Missa para vítimas de incêndio em Santa Maria (Foto: Fábio Almeida/RBS TV)Multidão tomou de rua antes de ingressas na praça para o culto (Foto: Fábio Almeida/RBS TV)
O bancário Carlos Machado saiu do trabalho e foi direto para a praça, acompanhado da mulher e do filho de 23 anos. Como grande parte dos moradores da cidade, ele tinha alguma relação direta ou indireta com algumas das pessoas que morreram na boate. “É muito recente essa tragédia. Os rostos dessas pessoas ainda estão muito vivos na nossa memória”, resumiu.

Uma salva de palmas, com mais de um minuto de duração, encerrou a cerimônia por volta das 19h. Para a noite, uma caminhada em homenagem as vítimas está programada. Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, a concentração será às 21h, no na rotatória em frente ao Expresso Mercúrio, no cruzamento das avenidas Ângelo Bolson e Medianeira.

Incêndio e prisões
O incêndio começou por volta das 2h30 de domingo, durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que utilizou sinalizadores para uma espécie de show pirotécnico.
Segundo relatos de testemunhas, faíscas de um equipamento conhecido como "sputnik" atingiram a espuma do isolamento acústico, no teto da boate, dando início ao fogo, que se espalhou pelo estabelecimento em poucos minutos.
Quatro foram presos nesta segunda após a tragédia: o dono da boate, Elissandro Calegaro Spohr, o sócio, Mauro Hofffmann, e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, que fazia um show pirotécnico que teria dado início ao incêndio, segundo informações do delegado Sandro Meinerz, responsável pelo caso.
Em depoimento, Spohr afirmou à Polícia Civil que sabia que o alvará de funcionamento estava vencido, mas que já havia pedido a renovação.
O advogado Mario Cipriani, que representa Mauro Hoffmann, afirmou que o cliente "não participava da administração da Kiss".
Na manhã desta segunda, outros dois integrantes da banda falaram sobre a tragédia. "Da minha parte, eu parei de tocar", disse o guitarrista Rodrigo Lemos Martins, de 32 anos.
Por meio dos seus advogados, a boate Kiss se pronunciou sobre a tragédia, classificando como "uma "fatalidade".
A presidente Dilma Rousseff visitou Santa Maria no domingo e decretou luto oficial de três dias.
O comandante do Corpo de Bombeiros da região central do Rio Grande do Sul, tenente-coronel Moisés da Silva Fuch, disse que o alvará de funcionamento da boate estava vencido desde agosto do ano passado.
Infográfico: tragédia de Santa Maria (Foto: Arte G1)
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