quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Lula muda agenda para evitar encontro com assentados



PUBLICIDADE
DO VALOR
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva alterou sua agenda de trabalho para evitar encontrar-se com assentados rurais que invadiram a sede de seu instituto nesta quarta-feira (23), em São Paulo.
Segundo o diretor-presidente da entidade, Paulo Okamotto, Lula disse ter ficado chateado com a invasão e desistiu de ir ao local.
"Lula ficou chateado porque o pessoal invadiu e ele teve que mudar sua agenda", afirmou Okamotto, após reunir-se pela segunda vez com os cerca de 50 manifestantes que estão no Instituto Lula, na zona sul da capital paulista.
Okamotto, no entanto, disse que os manifestantes têm a solidariedade de Lula para resolver o problema do assentamento.
Os manifestantes, moradores do assentamento Milton Santos, no interior paulista, querem que o ex-presidente intervenha junto ao governo federal para reverter a ordem de despejo do local, previsto para ser realizado no dia 30 deste mês.
Okamotto ligou para o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, para discutir o caso e disse ter conseguido a divulgação de uma nota, pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e pelo ministério, afirmando que o governo federal vai dialogar com os assentados, desde que eles deixem os locais ocupados. A sede do Incra em São Paulo também foi invadida.
Segundo Okamotto, o presidente do Incra, Carlos Guedes, entrará em contato com os invasores. "A partir de agora a relação deles é com o governo", disse.
O dirigente do instituto reclamou que os manifestantes nunca pediram uma audiência com o ex-presidente Lula, fato que foi confirmado pelo representante dos assentados, Paulo Albuquerque.
"Não posso concordar com os métodos que estão usando", afirmou Okamotto. A segurança do instituto deverá ser alterada, segundo o auxiliar de Lula.

Invasão do Instituto Lula

 Ver em tamanho maior »
Caio Kenji/Folhapress
AnteriorPróxima
O diretor do Instituto Lua, Paulo Okamotto, deixa o prédio invadido após conversar com manifestantes
O grupo invadiu a sede do instituto por volta das 6h30 da manhã. O vigia Valdemir Timóteo, que dorme no sobrado onde funciona a entidade, disse que dois homens o cercaram quando ele foi abrir o portão e informaram que iriam invadir o instituto. Em seguida, cerca de 20 pessoas entraram rapidamente no sobrado.
Ao longo da manhã, outros assentados e simpatizantes chegaram ao local. O grupo Intersindical, ligado ao PSOL, mobilizou algumas pessoas para participarem da invasão. Há estudantes universitários e filiados ao PSTU entre os manifestantes.
O assentamento da reforma agrária Milton Santos criado pelo Incra em 2005, durante o governo Lula. No local vivem 75 famílias, segundo representantes do assentamento.
O terreno está em disputa judicial entre o INSS e a família proprietária da terra, que teria dívidas com a União.
Uma decisão da Justiça, de 2012, ordenou a desocupação no fim deste mês.
O grupo tenta fazer com que Lula pressione a presidente Dilma Rousseff a assinar um decreto para desapropriar a área do assentamento, localizado entre as cidades de Americana e Cosmópolis, por interesse social, encerrando disputas judiciais pela propriedade da terra.

Nenhum comentário:

Postar um comentário