segunda-feira, 29 de outubro de 2012

MILITANTES DO PT AGRIDEM JORNALISTA DURANTE VOTAÇÃO DE GENOINO EM SP



Supondo um jogo entre Corinthians X Palmeiras e se um de nós do CQC for entrevistar um palmeirense, muito provavelmente ele achará que somos corinthianos. Se formos, no mesmo jogo, entrevistar um corinthiano, ele achará que torcemos para o palmeiras. Isso já aconteceu muitas vezes.
Ontem na cobertura das votações para o 2.o turno aqui em São Paulo, aconteceu algo parecido. Na parte da tarde fui até a zona eleitoral onde o ex presidente do PT José Genoino vota para cumprir parte da minha matéria.
Lá estavam militantes do partido que batiam boca e discutiam com militantes do PSDB como você pode ler NESTE LINK.
Entrevistava os dois lados quando uma das militantes do PT dizia para o meu produtor que bateria na gente. Veja só, uma mulher. Quando o meu produtor falou a ela “diga isso ao microfone”, ela riu e se virou.
A polícia foi chamada para reforçar a segurança. Vi quatro viaturas estacionarem no pátio do colégio e fazer um corredor na entrada para acalmar os ânimos.
Finalmente José Genoino chega. Toda a turba avança em cima do carro enquanto a maior parte da imprensa se encontrava na parte interna do colégio. Mal ele saiu começaram a gritar seu nome. Provavelmente para abafar qualquer desabafo ou impropérios de outras pessoas sobre o mensalão.
Ainda ali mesmo, vi duas pessoas serem derrubadas ao chão. Não posso dar certeza se um deles era jornalista ou fotógrafo, mas estava com uma câmera fotográfica profissional na mão.
Lembrando que não eram seguranças e sim eram militantes que faziam as vezes de proteger José Genoino como se alguém ali quisesse feri-lo. Isso era feito através de empurrões, segurando o braço das pessoas que se pusessem em seu caminho, colocando-se à frente das câmeras para “parecer acidental” e abaixando o microfone, no caso o meu, na marra.
Não deveria ser, mas isso já é praxe. Todo esse modus operandi já está instituído quando um político vai votar. Já vi isso diversas vezes.
Já dentro da escola, depois de toda essa confusão, militantes ainda gritando o nome do Genoino depois dele e ter votado, um senhor fez questão de me pegar pelo pescoço para proteger o Genoino das minhas perguntas e brincadeiras. Tem um video disso, mas não dá pra ver com clareza (a partir dos 51 segundos)
Pergunto: após ver este vídeo, você não acha que essa é uma maneira da impedir a imprensa de fazer o seu trabalho?
A confusão continuou aos empurrões até o portão de saída da escola. Os militantes gritavam mais e mais alto o nome do seu “herói” e eu não tinha conseguido direcionar o microfone para o Genoino. Na minha cabeça, ainda precisava, ao menos, conseguir completar uma pergunta para ele…
Já na parte de fora, fui parar no chão. Uma turma percebeu que eu não iria desistir de tentar falar com ele e resolveram que o chão era o meu lugar… Se o motorista da van da produção do CQC não estivesse ali, iria ser pisoteado.
Fiquei nervoso, me afastei e fiquei observando aquelas pessoas olhando pra mim, rindo e cantarolando o nome do Genoino. Eu não estava satisfeito ainda e tomei uma atitude, talvez uma atitude que realmente não me levasse a lugar nenhum, mas que no calor dos acontecimentos me pareceu adiantar alguma coisa.
Foi assim, e EXATAMENTE assim que aconteceu: me plantei na frente do carro onde o Genoino estava para ir embora. Eu tinha metido na minha cabeça em não sair dali da frente enquanto o Genoino não saísse do carro para falar comigo (doce inocência).
A mulher que estava ao volante avançou poucos centímetros e eu falei: “E aí, vai fazer o que?”. Neste momento, um homem de barba e vestido de vermelho, o mesmo que tentou me colocar a força dentro da sala cujo nome eu não sei (e não era o Genoino), saiu da parte de trás do carro, abriu a porta onde a mulher estava e disse: “Deixa eu dirigir. Vou atropelar este moleque”. Eu direcionei o microfone para ele e pedi: “O que você disse? Repete!”.
Foi então que ele veio na minha direção e me deu dois socos. Peço desculpas aos meus seguidores das redes sociais que leram ontem que foram dois socos na boca. Na verdade foi um na boca (na mandíbula) e outro na minha cabeça (na têmpora).
Quando eu achei que o mais ridículo dos fatos tinham acontecido, a turba veio pra cima de mim e me jogou ao chão mais uma vez onde aproveitaram para me fazer mais alguns carinhos. Me levantei e essa turba continuou a me puxar de um lado para o outro. Havia um japonês que ria enquanto puxava minha gravata com força e com as duas mãos. Ele ria como criança!
Depois disso fui parar na enfermaria da escola onde minha pressão foi parar na casa do 16 por 9 como a enfermeira me disse.
De todas as cenas que eu vi ontem a tarde, uma me chamou bastante a atenção: nas costas do Genoino, os militantes colocaram a bandeira do Brasil e bradavam seu nome com todas as forças. O que é isso? Me deu uma confusão danada! O cara está longe de ser um Ayrton Senna, considerado herói para os brasileiros.
Transcrevo aqui um recado que recebi no facebook: Wellington Garcia:
“O Genoino foi condenado, provas e mais provas de suas “falcatruas” foram apresentadas e os militantes do PT (brasileiros que também foram roubados) ainda o defendem com unhas e dentes, agridem jornalistas, quebram câmeras, fazem tumulto… Isso é o que? Fanatismo, cegueira, burrice ou acobertamento, interesse financeiro e sem-vergonhice??? Serão cúmplices ou simplesmente idiotas???”.
Houve pessoas no twitter que defenderam a atitude dos militantes:
@brunopiccoli @OscarFilho Foi tripudiar e fazer graça d quem já está condenado. Respeito nessas horas tb é democracia. Pagou

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