quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Cristina Kirchner é indiciada por supostas irregularidades no BC


Também foi indiciada a presidente do Banco Central, Mercedes Marcó del Pont, amiga da presidente    

28 de agosto de 2012 | 18h 26


Ariel Palacios, correspondente
BUENOS AIRES - A presidente Cristina Kirchner foi formalmente indiciada pelo promotor Carlos Stornelli por supostas irregularidades no uso das reservas do Banco Central para o pagamento da dívida pública e as restrições para a compra de dólares. Esta é a primeira vez que Cristina Kirchner é indiciada desde que tornou-se presidente em 2007. Também foi indiciada a presidente do BC, Mercedes Marcó del Pont, amiga da presidente Cristina.
O promotor quer verificar se a decisão da presidente do BC de transferir US$ 6 bilhões do BC para o Tesouro Nacional, de forma a pagar títulos da dívida, constituiu um "ato que prejudicou" o valor do peso argentino. A Câmara de Deputados declarou nula essa transferência, mas Marcó del Pont ignorou os parlamentares.
Stornelli também quer determinar se o valor da moeda nacional foi prejudicada pelo decreto da presidente Cristina que estabeleceu uma série de restrições contra a compra a venda de dólares. A moeda americana é o refúgio predileto dos argentinos em tempos de crise.
Segundo a deputada Elisa Carrió, líder da Coalizão Cívica, que fez a denúncia aceita pelo promotor, as restrições contra os cidadãos argentinos favoreceu os donos dos títulos Boden 2012, pagos recentemente pela presidente Cristina, em uma cerimônia com toda pompa na qual a Casa Rosada celebrou o virtual "desendividamento" da Argentina. "Cristina juntou esses dólares para pagar os credores e prejudicou os cidadãos argentinos", afirmou a deputada.
Carrió ontem também anunciou que apresentará uma denúncia contra a presidente Cristina pelo decreto presidencial, da categoria de "necessidade e urgência" com o qual expropriou há poucos dias a Companhia Sul-Americana de Valores, mais conhecida por seu antigo nome, a "Ciccone Calcográfica". A empresa, a maior gráfica privada especializada na impressão de cédulas de pesos argentinos, é o centro de um escândalo de corrupção que envolve o vice-presidente Amado Boudou como protagonista de tráfico de influências.
Segundo Carrió, a presidente expropriou a empresa para esconder as provas do suposto envolvimento de seu vice no escândalo.
EVITA - O promotor Stornelli também iniciou uma investigação sobre suspeitas de superfaturamento nas obras da construção de dois mega-murais de seis andares de altura com a efígie de Evita Perón. A obra, na fachada do edifício do Ministério de Ação Social, teria tido um superfaturamento de US$ 23 milhões. Stornelli pediu uma investigação sobre o ministro do Planejamento Federal e Obras, Julio De Vido.

Nenhum comentário:

Postar um comentário