sexta-feira, 18 de maio de 2012

Vereadores de Rio Largo são cercados e presos na Câmara Municipal



18:34 - 17/05/2012Acássia Deliê
Vereador Milton Pontes:
Atualizada às 23h27
Seis vereadores e um suplente de vereador de Rio Largo, na região metropolitana de Maceió, foram presos por homens da Força Nacional e do Batalhão de Operações Especiais (Bope), que cercaram a Câmara Municipal na noite desta quinta-feira (17), durante sessão ordinária da Casa. Um engenheiro, identificado como Ozair, e um diretor da Usina Utinga Leão, também foram presos. Os 14 mandados de prisão expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital, a pedido do Gecoc, dão ordem para prender todos os 10 vereadores do município, além de um engenheiro, um empresário e dois diretores da usina. 
A TV Pajuçara denunciou o esquema de corrupção que envolveu a prefeitura de Rio Largo e a Câmara na venda irregular de um terreno que seria destinado à construção de casas populares (clique aqui para assistir à reportagem). O Ministério Público Estadual (MPE) iniciou a investigação nos órgãos em 2010 e o promotor de Defesa do Patrimônio Público do MPE, José Carlos Castro, ouviu integrantes do Movimento Contra Corrupção de Rio Largo, que reforçaram as acusações.
O prefeito Toninho Lins (PSB) é acusado de vender, com o aval de todos os vereadores, um terreno de 252 hectares, equivalentes a 2.520.000 m2, avaliado em mais de R$ 21 milhões, para a empresa MSL Empreendimentos Imobiliários por apenas R$ 700 mil, o que confere a cada metro quadrado o valor de R$ 0,27.
Presos e foragidos
Os vereadores presos são: Jefferson Alexandre (PP), Reinaldo Cavalcante (PP), Ionaide Cardoso (PMDB), Aurízio Espiridião da Hora (PP), Cícero Inácio Branco (PMDB) e Milton Pontes (PPS). Também foi preso o suplente de vereador José Nilton Gomes de Souza - o Nilton da Farmácia (PSB) - que assumiu o cargo em outubro de 2010, no lugar do vereador Jean Móveis (PRP), e participou da votação que desapropriou o terreno por unanimidade.
Todos, além do engenheiro e do diretor da usina, foram encaminhados ao Instituto Médico Legal Estácio de Lima, na capital, para realizarem exames de corpo de delito. Depois, foram encaminhados ao sistema prisional do Estado: homens para a Casa de Custódia de Maceió (Cadeião) e a vereadora para o presídio feminino Santa Luzia.
Três vereadores não compareceram à sessão ordinária da Câmara e não foram encontrados pela polícia, sendo considerados foragidos: Luiz Felhipe Malta Buyers, o Lula Leão (PSB), que é presidente da Câmara, Thales Luiz Peixoto Cavalcante, o Thales Diniz (PSB), 1º secretário da Casa, e Maria das Graças Lins Calheiros (PMDB), que está de licença médica.
Estão foragidos ainda um diretor da Usina Utinga Leão e um empresário da MSL Empreendimentos Imobiliários, identificado como Marcelo Lessa, que teria viajado para a Europa na manhã desta quinta-feira (17).
Na manhã desta sexta-feira (18), o procurador-geral de Justiça, Eduardo Tavares, falará com a imprensa sobre a situação do prefeito Toninho Lins, apontado como líder do esquema de corrupção.
Vereadores negam corrupção
Dentro do IML, advogados acionados às pressas aguardavam para falar com os presos. Um funcionário da Câmara Municipal de Rio Largo também estava no instituto e relatou que os policiais entraram na Casa durante a sessão ordinária e proibiram qualquer pessoa de entrar ou sair do prédio. "Eles não tinham os mandados de prisão na hora, o pessoal chegou depois com os documentos".
Os vereadores Cícero Inácio e Milton Pontes foram os únicos que aceitaram falar com a imprensa. Eles disseram que participaram da votação para a desapropriação do terreno em caráter emergencial, por causa das obras destinadas às vítimas das enchentes de 2010, que devastou o município. "Era uma situação de emergência, cumprimos o nosso papel de vereador naquela situação e não sabíamos de qualquer irregularidade no processo. Se houve algum benefício a Justiça vai provar e punir os culpados", disse Milton Pontes.
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