domingo, 22 de abril de 2012

Blefe cubano não emplaca e Cúpula das Américas termina sem comunicado por causa de dissenso



Jogada errada – O grande problema da esquerda latino-americana é não combinar suas ações. E sem ensaio o espetáculo sempre deixa a desejar. A Cúpula das Américas, na cidade colombiana de Cartagena das Índias, terminou antes do previsto e sem declaração conjunta porque não houve consenso sobre alguns temas. Dois assuntos tratados sem sucesso foram a questão sobre as Ilhas Malvinas (Ilhas Falklands para os britânicos) e a inclusão de Cuba no grupo.
Em relação à possessão ultramar do Reino Unido, a reivindicação capitaneada pela presidente Cristina de Kirchner tem servido para desviar a atenção da opinião pública da grave crise econômica que afeta a Argentina. Populista como qualquer adepto do totalitarismo, Cristina de Kirchner já não consegue esconder a realidade do país com as medidas ditatoriais que vem tomando nos últimos tempos. Os Estados Unidos e o Canadá não endossaram apoio à Argentina.
No que tange à participação de Cuba na próxima Cúpula continental, a turma de Havana deixou de combinar o discurso com os participantes da Cúpula das Américas. Horas antes do encontro, o governo cubano, através do presidente do parlamento, Ricardo Alarcón, informou que colocará em andamento “uma reforma migratória radical e profunda nos próximos meses”. Um dos homens fortes da ditadura cubana, Alarcón explicou que “a questão migratória (…) sempre foi usada como uma arma de desestabilização contra Cuba desde 1959 e como um elemento de distorção da realidade cubana”.
O anúncio feito por Ricardo Alarcón deixa evidente que o regime castrista não tem mais como manter o modelo político esdrúxulo que cerceia direitos básicos de qualquer cidadão, mas quer manter na ilha um modelo totalitarista com alguns disfarces. A liberdade e o direito de ir e vir são direitos dispostos de forma clara na Declaração Universal dos Direitos Humanos, mas a dupla de ditadores Raúl e Fidel Castro, a bordo de um discurso ultrapassado, vem ignorando há mais de cinco décadas. Sem saber se a combalida Venezuela continuará bancando parte de suas despesas, o governo de Havana prefere fingir que respira ares de democracia.
Ao lançar de última hora esse comunicado oportunista, os irmãos Castro abusaram ao blefar diante da capacidade de raciocínio dos participantes da Cúpula das Américas, que não caíram na esparrela de que essa “reforma migratória radical” será para valer. Com isso, o encontro dos 31 chefes de Estado das Américas serviu apenas para gastar o dinheiro dos contribuintes dos respectivos países.

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