sexta-feira, 18 de novembro de 2011

GOLPISTAS DE ESQUERDA DA USP DESCOBREM SEUS INIMIGOS: A MAIORIA DOS ALUNOS E AS ELEIÇÕES LIVRES


18/11/2011
 às 6:45


As esquerdas da USP descobriram que têm um inimigo: a maioria silenciosa e as eleições livres. Por isso, deram ontem à noite um golpe, em mais uma de suas reuniões manipuladas. Militantes de todos os lugares acorreram para USP, disfarçados de estudantes da universidade, e decidiram, ao arrepio do Estatuto do DCE, suspender a eleição, que estava prevista para os dias 22, 23 e 24. Os alunos da manhã já não estavam ali. Os da noite estavam em sala. Os do interior não votaram. Motivo: a chapa “Reação”, que eles chamam de “direita”, venceria o pleito com folga.
Gabriel Landi Fazzio, ligado à UNE e membro da “Fórum de Esquerda”, que perdeu a eleição no XI de Agosto, da Faculdade de Direito, já havia anunciado o golpe num e-mail a seus amigos, afirmando que “a esquerda não perde essas eleições nem a pau”. E ele explicou o que quis dizer com “nem a pau”: prorrogar mandato.
Pela primeira vez desde 1934, a entidade máxima de representação discente da USP terá uma diretoria que não foi eleita pelos estudantes. Isso não ocorreu nem nas duas ditaduras. O PSOL, com o apoio das demais correntes de esquerda - INCLUSIVE DO PT — decidiu dar uma de Fujimori e Manuel Zelaya: um autogolpe! As eleições serão realizadas em algum momento no ano que vem. Isso não foi definido. Apostam em duas coisas:
1) o tempo levará, como era hábito, a maioria silenciosa à indiferença. Ela não comparecerá para votar, como se hábito, e os militantes de partidos e seitas de esquerda dividem entre si o butim;
2) essa greve, mesmo esvaziada, arrasta-se até o fim do ano, e 2012 já começa com uma causa. Com ao apoio dos petistas, articula-se, então aquela que se pretendem seja a mãe de todas as paralisações.
A USP assiste à primeira quartelada de sua história — e não foi protagonizada por militares, mas por militantes. Que respeito merece quem adia eleições só porque sabe que vai perder? Eis por que essa gente não quer polícia na USP e pretende organizar seus próprios sistemas de segurança, o que deixa Eugenio Bucci, o petista light, encantado: é para que o estado de direito fique do lado de fora da universidade, e eles possam exercer livremente a sua tirania.
Houve um tempo, na USP, em que não era certo que se pudesse ir e vir livremente. Hoje também.
Houve um tempo, na USP, em que estudantes e professores podiam ser punidos por suas opiniões. Hoje também.
Houve um tempo, na USP, em que os que discordavam corriam o risco de apanhar. Hoje também.
A diferença é que, naquele tempo, o país viva uma ditadura, e hoje vive uma democracia.
A diferença é que, naquele tempo, a esquerda contestava o poder, e hoje ela é o poder.
A diferença é que, naquele tempo, sabia-se que direitos fundamentais estavam sendo pisoteados por um regime discricionário; hoje, vigaristas disfarçados de amigos do povo rasgam a Constituição democrática.
Os que suspendem eleições para o DCE querem eleições diretas para reitor.
Os que suspendem eleições para o DCE pedem mais democracia no campus.
Os que suspendem eleições para o DCE reivindicam mais mecanismos de participação.
Ministério Público
Agora cabe, então, a pergunta: o Ministério Público vai ou não entrar em ação? A USP é autônoma, mas não é soberana. A representação estudantil tem um regimento, que foi violado.
A truculência do medoPessoas medrosas são truculentas, especialmente quando agem em bando. Eles perceberam que as coisas caminhavam de mal a pior para eles. Perderam o centro acadêmico da Faculdade de Direito; foram humilhados na disputa pelo Grêmio da Poli; viram os corajosos alunos de Letras votar o fim da “greve” (que nunca houve) por ampla maioria e enfrentar os brucutus para entrar no prédio; sabiam que seriam derrotados na disputa pelo DCE. Então se juntaram pra decretar: “A esquerda não perde a eleição nem a pau”. E deram um pau na eleição. Como perder uma eleição que não haverá?
O futuroMais do que nunca eles se revelaram. Contam com a desmobilização dos que lhe fazem oposição. Os que tiveram seus direitos agravados têm de recorrer à Justiça. Ainda que a eleição fique para o ano que vem — a menos que eles a extingam de vez…—, que a resposta lhes seja dada nas urnas no que vem.
A partir de hoje, o USP passa a ter um DCE ocupado por interventores do PSOL, do PCO, do PT, do PSTU, da LER-QI, de todos aqueles, enfim, que se juntaram contra seus reais inimigos: a maioria da USP e as eleições livres.
E a maioria vai apeá-los de lá, agora ou depois. Podem escrever.
Por Reinaldo Azevedo

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