terça-feira, 30 de março de 2010

CONGRESSO EM FOCO HOJE

30/03/2010 - 06h00

Sai Dilma, entra Erenice Guerra

Provável substituta da ministra da Casa Civil, que sai amanhã (31) para disputar a Presidência, esteve envolvida no escândalo do dossiê FHC. Junto com a ministra da Casa Civil, outros nove ministros deixam governo Lula por conta das eleições

Marcello Casal/ABr
30 de março será o último dia de Dilma Rousseff na Casa Civil. Com ela, saem outros nove ministros para disputar as eleições de outubro

Renata Camargo

Os onze ministros de governo que deixam o cargo para disputar as eleições de outubro darão a posse a seus substitutos na próxima quarta-feira (31), em cerimônia prevista para ocorrer pela manhã no Palácio do Itamaraty. A candidata à Presidência da República do PT, ministra Dilma Rousseff, também deixa a Casa Civil neste dia. Em seu lugar, deve assumir a secretária-executiva, Erenice Guerra, braço-direito de Dilma e envolvida com duas denúncias: o escândalo do “dossiê FHC” e do fisco em benefício do filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB).

Até o dia 3 de abril, ou seja, três meses antes das eleições, titulares de cargos no âmbito do Poder Executivo – inclusive nos estados e municípios, caso de governadores, prefeitos e secretários de estado –, que desejam se candidatar, devem se licenciar. No caso dos estados, há grande expectativa em relação à desincompatibilização do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), que vai disputar a Presidência da República, e de seu colega de partido e governador de Minas Gerais, Aécio Neves, que pretende disputar o Senado, mas ainda sofre pressão do partido para ser vice na chapa do Serra.

Diferente do quadro dos governadores, que ainda permanece indefinido, o cenário da desincompatibilização na Esplanada dos Ministérios já está fechado. Dos 24 ministros, 10 deixarão o cargo. O Planalto ainda mantém mistério em relação aos nomes que substituirão os ministros. Mas o presidente Lula tem sinalizado a preferência em dar posse a funcionários que já acompanham os trabalhos dos respectivos ministérios. A intenção é empossar pessoas de dentro das instituições para evitar que a mudança atrapalhe o andamento dos projetos das pastas.

Os planos eleitorais dos ministros

Os planos eleitorais dos governadores

Na lista dos que saem, algumas definições eleitorais já estão claras. Os ministros Tarso Genro (PT) - que já deixou o Ministério da Justiça em fevereiro -, Geddel Vieira (PMDB), da Integração Nacional, e Alfredo Nascimento (PR), dos Transportes, pretendem disputar os governos dos seus estados: respectivamente Rio Grande do Sul, Bahia e Amazonas. Devem disputar vaga na Câmara dos Deputados os ministros da Agricultura, Reinhold Stephanes (PMDB), e da Previdência, José Pimentel (PT). Ambos vão disputar a reeleição.

O ministro do meio ambiente, Carlos Minc (PT), sairá para concorrer novamente a uma vaga como deputado estadual no Rio de Janeiro. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB), deixará a pasta nos próximos dias para tentar a reeleição ao Senado.

O quadro de disputa envolvendo ministros ainda está impreciso em Minas Gerais. A briga pelo governo do estado é grande entre Patrus Ananias (PT), do Ministério de Desenvolvimento Social, e Hélio Costa (PMDB), das Comunicações. O apoio do partido de Lula é fundamental para emplacar as duas candidaturas. Senador licenciado, Hélio Costa tem a opção ainda de tentar uma reeleição no Senado e vislumbra também uma possível candidatura de vice na chapa de Dilma.

Outro indeciso é o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, cujo cargo tem status de ministro. Meirelles se filiou ontem (29) ao PMDB, mas continuou na discrição sem informar a qual cargo irá concorrer nas eleições de outubro. Há uma possibilidade de que dispute uma vaga ao Senado por Goiás. Mas o presidente do BC também tem sido cotado para ser vice de Dilma. É um nome que tem a simpatia do presidente Lula, mas o PMDB rejeita a opção: quer que o parceiro de chapa de Dilma seja o presidente da Câmara e do partido, Michel Temer (SP).

Estados

O quadro nos estados ainda é de indefinição. Pelo menos oito governadores já deram como certa a sua saída do cargo para disputar as eleições. A desincompatibilização mais aguardada é a do governador de São Paulo, José Serra, que oficializa a sua pré-candidatura à Presidência da República no dia 10 de abril. Além dele, também deixam o Executivo o governador do Amazonas, Eduardo Braga (PMDB); do Mato Grosso, Blairo Maggi (PR); de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB); do Paraná, Roberto Requião (PMDB); do Rio Grande do Norte, Wilma de Faria (PSB); de Rondônia, Ivo Cassol (PP); do Amapá, Waldez Góes (PDT); de Goiás, Alcides Rodrigues (PP), e de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (PMDB).

Com exceção de Serra, todos os demais governadores que irão se licenciar devem pleitear uma vaga no Senado. A situação de Aécio, no entanto, ainda aguarda um posicionamento do partido: o PSDB ainda sonha em vê-lo como candidato a vice na chapa de Serra.

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